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"Belém vai ser a primeira cidade do Brasil a erradicar o analfabetismo", diz Edmilson Rodrigues


Imagem: Reprodução Agência Belém.

Em entrevistas para jornais locais, o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) disse que até 2024 a prefeitura de Belém irá alfabetizar mais de onze mil pessoas que estão no cadastro único para programas sociais do governo federal (Cadúnico) que nunca frequentaram a escola. A ação faz parte do Plano Municipal de Alfabetização que tem como meta prioritária fazer de Belém a primeira capital do Brasil a erradicar o analfabetismo.


O Plano de alfabetização da prefeitura de Belém irá trabalhar com duas metodologias: a primeira, Freireana, que utiliza o universo vocabular das pessoas e temas geradores, focados na realidade do indivíduo, com atividades de círculo e cultura e diálogos, para a formação política. A segunda corresponde ao método cubano’ Sim, posso’, que trabalha com recursos audiovisuais e círculos de cultura, os quais serão desenvolvidos, em especial, pelos movimentos sociais, mesclando com a filosofia freireana.


Imagem: Márcio Ferreira/Reprodução Agência Belém.

“Alfabetizar é aprender a ler, escrever, a principal função da escolarização. Quando a gente encontra uma cidade com um grande número de pessoas não alfabetizadas, certamente temos uma cidade em que exclui as pessoas. Nesse tempo de pandemia, as que não conseguiram atingir ou buscar os auxílios emergenciais são aquelas que não sabem ler e escrever”, afirmou a secretária de Educação, Márcia Bittencourt.


Sobre o Programa de Alfabetização de Belém:

Por meio da Portaria Conjunta nº 001/2021, que trata sobre a programação do “Centenário de Paulo Freire”, patrono da educação brasileira, a Semec tem como meta alfabetizar mais de 11 mil pessoas e tornar “Belém, cidade alfabetizada e educadora”, a partir de um trabalho conjunto com órgãos da administração municipal, universidades e organizações da sociedade civil.


A intenção é compartilhar as diretrizes para fortalecer o legado deixado pelo educador e filósofo para o pensamento pedagógico mundial e reafirmar o compromisso da nova gestão municipal com a educação. "Queremos que todas as pessoas em Belém aprendam a ler e escrever", disse a secretária de Educação, Márcia Bittencourt


Parceria com outras instituições:


João Colares da Mota Neto, professor da Uepa, é o representante das Instituições de Ensino Superior (IES) no Grupo de Trabalho (GT) instituído pela portaria municipal 001/2021, constituído pela Secretaria Municipal de Educação, Movimentos Sociais e outras IES. O objetivo do GT — instituído como política de governo municipal do prefeito Edmilson Rodrigues — é promover a alfabetização em Belém e declará-la como território livre do analfabetismo, a partir da execução do plano municipal.


João Colares ressalta que a erradicação do analfabetismo é a primeira diretriz do Plano Nacional de Educação (2014-2024). "Com essa iniciativa, Belém pode ser a capital brasileira que conseguirá alcançar essa meta até 2024". Ele também avalia a participação da Uepa, ao afirmar que "...quando a Universidade envolver seus alunos nesse projeto, como alfabetizadores que vão aonde o povo está, ela também será reconhecida como uma instituição alfabetizadora".


Quando houver a seleção dos bolsistas, os estudantes da Uepa poderão alfabetizar as pessoas em ambientes não formais de aprendizagem, como barracões de escolas de samba, terreiros, salões paroquiais, entre outros. Estar onde o povo está e incorporar a vivência dos aprendizes ao processo de ensino, vai ao encontro do método de alfabetização proposto e praticado por Paulo Freire, ao defender que alfabetizar não significa ensinar a ler e a escrever; representa um ato que leva em conta a leitura de mundo, o engajamento social e a ação política.


Na obra "Pedagogia da Indignação: Cartas Pedagógicas e Outros Escritos", composto por cartas escritas pouco antes de morrer, em maio de 1997, Paulo Freire afirma que "o exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o para quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quê, o contra quem, são exigências fundamentais de uma educação democrática à altura dos desafios do nosso tempo".






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