
A Casa da Seresta, localizada no bairro Umarizal, na cidade de Belém-Pará, é um espaço cultural do brega paraense, com mais de 40 anos de história. E nesse período já fez várias premiações para artistas que compõe seu palco, e na noite de ontem, sexta-feira (04), ocorreu o “Baile Revelação” com premiações para os cantores revelação do ano de 2021. Houve a entrega de troféus e muita música com as bandas Sexy Machiny, Waldécio e Trio e com o Dj Sandro Guilherme.
O espaço promove aos fins de semana o “baile da saudade”, eventos dançante e de grande atração para o público paraense. Outros ritmos musicais são tocados no evento, mas é o brega raiz que marca a identidade cultural da Casa da Seresta. Com mais 40 anos de existência e muitas histórias pra contar, que se soma junto a um rico patrimônio cultural paraense, o brega, que é patrimônio cultural e imaterial da música paraense.
Mas o espaço está para além de ser só dança, ele tem um lugar especial naqueles que os frequentam ao longo desses 40 anos, Segundo Nailson Neves, coordenador do espaço, tem pessoas que frequentam a Casa a mais de 35 anos, como por exemplo, o casal Dona Nanci e seu João.
A Casa da Seresta não tem sido apenas um espaço para danças e músicas, ao longo dos anos ela abriu espaço para o amor. Segundo Nailson Neves, o espaço já proporcionou muitos casamentos, mas é a história de Dona Nanci e Seu João que tem chamado bastante atenção. O casal são os frequentadores mais antigos da casa e sempre tiram os sábados à noite para dançar, eles se conheceram no espaço há 23 anos e hoje são casados. Dona Nancy relata que ele a tirou para dançar e com isso foi a conquistando, com seu jeito engraçado e com seu pé de valsa para a dança. Além de Dona Nancy e seu João, muitas histórias de amor já se formaram na Casa.
Seu Nadir Neves, fundador da Casa da Seresta, diz que o ambiente não proporciona só lazer, mas ela traz felicidade as pessoas. ‘’A casa não é só lazer e entretenimento, é fazer essas pessoas felizes, essas pessoas são felizes aqui dentro, você vê senhoras, senhores e jovens’’.

Casa da seresta: Brega, patrimônio cultural Paraense.
A Casa da Seresta estar preste a comemorar seus 41 anos, e os protagonistas dessa jornada, os que idealizaram o espaço foram os amigos e sócios Nadir Neves e Manoel Cavalcante. Hoje os coordenadores da casa são Nailson Neves, e Mônica Neves Filhos de Nadir Neves. Nailson Neves afirma que a casa está passando de geração em geração e como amante do “baile da saudade” e da cultura paraense, eles seguem a tradição criada por seus pais.
Segundo Nadir Neves, no passado a Casa da Seresta foi marcada por festivais regionais e foi o que a levou a ter grande sucesso.
Ele segue falando que quando a Casa foi inaugurada, o mesmo trouxe Sabino do Acordeon que fazia grande sucesso na época.
Ao longo dos anos outros grandes sucessos subiram no palco da Casa da Seresta, como Fafá de Belém, Reginaldo Rossi, Jamelão, Dominguinhos do Estácio, Jani e Herondi, Noite Ilustrada, Orlando Dias, Roberto Miller, Orlando Dias, Lairton dos Teclados, Waldick Soriano, Paulo Diniz, Jerry Adriane, Wanderley, Cardoso, entre outros.
A Casa também foi palco de reconhecimento para os artistas paraenses, de lá saíram nomes importantes na música regional, como por exemplo Cleide Moraes, cantora de muito sucesso na região, que foi vítima fatal de um acidente de carro em 2020. O guitarrista Chimbinha da banda Calypso começou sua carreira musical na casa da Seresta, Algostinho Nunes. Nadir Neves, pontua que também foi responsável pelo Lançamento de Sabino da Cordeon.

O Brega:
Ainda segundo Nadir Neves, o brega ritmo musical paraense, entrou na Casa da Seresta com os cantores populares da região, e afirma que foi muito bem-vindo. “Égua, foi tão bem vindo, entrou com aquela turma assim, de Juca Medalha, Luiz Guilherme, é, aqueles cantores populares todos daqui de Belém que ainda hoje estão.’’
Com o passar dos anos o espaço foi sendo recriado, e hoje seu ritmo principal musical é o brega, com os “bailes da saudade”. O Brega é um ritmo musical que surgiu nas periferias e hoje é reconhecido como patrimônio cultural e imaterial paraense, continua com grande sucesso, como no passado.
Após 40 logos anos de sucesso, a Casa da Seresta está sobre a coordenação de Monica Neves e Nailson Neves, filhos de Nadir Neves. E segundo Nadir, os filhos estão recriando o espaço para atrair os dois públicos, os jovens e os mais antigos e acredita nesse novo potencial.