
O dia de hoje, 14 de maio, em diversos países, entre ele o Brasil, é marcado como o Dia de Conscientização sobre Apraxia da Fala. Que conscientiza a sociedade sobre um problema distúrbio neurológico que afeta a capacidade da criança em produzir os sons da fala, de sequencializar esses sons para formação de sílabas e palavras. Embora seja bastante comum, aqui no Brasil, esse diagnóstico é pouco divulgado e pouco conhecido pelos profissionais.
Crianças com Apraxia apresentam muita dificuldade para planejar, programar e executar os movimentos dos lábios, língua, mandíbula, para produzir os sons da fala. Pois Falar é uma habilidade altamente complexa e que depende de vários fatores.
Mas Apraxia de Fala na Infância (AFI) - O que é isso?
É um distúrbio motor da fala, caracterizado pela dificuldade de programação e planejamento das sequências dos movimentos motores da fala, resultando em erros de produção dos sons. Alguns estudos apontam que 1 a 2 pessoas a cada 1000 apresentem a AFI, mas este número pode ser maior.
Algumas das dificuldades apresentadas pelas crianças com Apraxia são:
- Repertório limitado de vogais (dificuldade em produzir as vogais) e de consoantes;
- Variabilidade de erros (a criança pode apresentar diferentes “trocas na fala”). Fala de difícil compreensão;
- Maior número de erros quanto maior a complexidade silábica ou discursiva (quanto mais extensa a palavra, maior será a dificuldade);
- Instabilidade na produção da fala (tem dias que a fala está pior, ou melhor);
- Fala pode ser monótona;
- Deficits no tempo de duração dos fonemas, pausas. “Lentidão” para falar;
- Procura do ponto articulatório (a criança fica procurando o ponto articulatório, por exemplo, ao falar “pato”, pode falar “bato” “cato” “lato”... até chegar no “pato”);
- Os pais têm a impressão de que a criança não sabe o que fazer com a boca, parece desconhecer os movimentos necessários para a fala (não movimenta adequadamente a língua);
- Atraso no aparecimento das primeiras palavras;
- Alterações em outros aspectos da linguagem oral (como por exemplo, vocabulário pobre, dificuldade para produzir frases mais elaboradas, para relatar fatos, etc);
- Pode apresentar além da dificuldade motora na fala, outras dificuldades, como na coordenação motora fina, para se alimentar, mastigar, se vestir, para andar de bicicleta (os pais podem perceber uma inabilidade motora geral).
Muitas pessoas ainda acreditam que alterações de fala como a Apraxia sejam um “jeito de falar” ou “preguiça”. Mas isso não é uma verdade. Por isso é muito importante que os profissionais que atuam com o desenvolvimento infantil tenham conhecimento sobre o que é a Apraxia de Fala na Infância e saibam para quem encaminhar. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar e tratar essa condição, mas infelizmente ainda há muitos profissionais que atuam de forma equivocada com essa população.
Com terapia adequada e suporte da família e da escola, crianças com apraxia poderão ter evoluções e irão progredir nas suas habilidades de fala. A gravidade do quadro varia desde casos mais leves até quadros mais severos, que podem necessitar de meios de comunicação alternativa. O tratamento básico é a realização de terapia fonoaudiológica.
A Associação Norte Americana de Apraxia (CASANA) é uma entidade não-governamental, que disponibiliza matérias, informações sobre a Apraxia de Fala na Infância. Visite: www.apraxia-kids.org.br.
Imagem: Belém Notícias