
A jornada anti-racista que iniciou no dia 11 de maio em alusão ao “13 de maio”, Dia Nacional de Combate ao Racismo, terá encontros com políticos, artistas e ativistas do movimento negro. Condições de vida da população, impactos da pandemia, as desigualdades no Brasil e a retomada dos caminhos trilhados no início dos anos de 1970 são alguns temas abordados na jornada.
Há um grande questionamento a respeito das reais intenções da princesa Isabel, a falta de políticas de reparação dos atrasos causados pela escravidão e o porquê de uma pessoa branca ser um símbolo de uma “conquista” do povo preto.
O 13 de maio tornou-se um dia para fazer denúncias sobre o racismo. “Surge da iniciativa política do movimento negro brasileiro em denunciar a farsa da democracia racial e a existência do preconceito, da discriminação e do racismo existente no Brasil”, escreve a Convergência Negra, em nota.
Deveria ser um dia de comemoração se a abolição da escravidão do Povo Negro não estivesse sido apenas no papel, fora dele. O negro ainda sofre com as amarras de uma sociedade racista. Sem empregos, sem educação, com moradia precária, os negros continuam em suas senzalas sociais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a maior parcela de desempregados do Brasil é negra: são 64,2% do total de 13,7 milhões sem qualquer tipo de ocupação. Enquanto 34,6% dos trabalhadores brancos estavam em trabalho informais, os pretos e pardos eram apenas 47,3%.
Segundo o IBGE, o número de negros e pardos jovens de 14 a 29 anos que abandonaram o ensino médio é de 71,7%. Já nas universidades o número de negros com acesso cresceu, mas a desigualdade ainda é gritante.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) diz que 36% dos jovens brancos na faixa etária de 21 anos estão estudando ou terminaram a graduação. Entre pretos e pardos, esse percentual cai pela metade: 18%. A Meta 12 do Plano Nacional de Educação prevê que, até 2024, 33% da população de 18 a 24 anos estejam cursando ou concluindo a universidade.
A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulada Vidas Perdidas e Racismo no Brasil, aborda o crescimento de 132% nas mortes de negros em relação a de brancos. As questões socioeconômicas, falta de emprego, de renda e moradia são causas.

Capa do CD dos RACIONAIS
Resgate da autoestima do negro através da música: Nessa nova geração de músicos pretos do RAP no Brasil há muitas músicas que enaltecem esse resgaste da cultura afro no Brasil, que também fazem críticas sobre as desigualdades, além de serem aulas sobre nossa história. Aqui vai uma pequena listinha: 1. A vida é Dasafio – Racionais MC’s 2. Movimento – BK 3. Sem Memória – DK47 4. Eu não Sou Racista – Nego Max 5. Cota não é Esmola - Bia Ferreira 6. Favela Vive IV – ADL 7. Negro Drama – Racionais MC’s 8. Luto part. 1 e Luto part. 2 – Djonga e Black 9. Negro - jhony MC 10. Sou Neguinho – Pelé do Manifesto