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O dilema do acesso à água potável na Amazônia



Foto: Marley da mídia



Morar à beira do Rio Tocantins poderia ser considerado um privilégio por pescadores, mas a estiagem prolongada tem provocado uma mudança na rotina de ribeirinhos do município do Baixo Tocantins. Muitos navegam até seis horas para levar água potável para casa.


A população ribeirinha da Amazônia convive com a falta de acesso à água potável, a qual é essencial para a sobrevivência humana e garantia da qualidade de vida na região amazônica. Mora-se na maior bacia hidrográfica do mundo e de forma contraditória a população tradicional não tem acesso à água de qualidade.


A água é um direito indispensável à vida nas comunidades ribeirinhas, de modo a assegurar a dignidade da pessoa humana, garantindo bem-estar, saúde, qualidade de vida e acessibilidade aos recursos hídricos.



De acordo com a Declaração Universal dos Direitos da Água de 1992, no Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura, ou seja, a água é um dos direitos fundamentais do ser humano.  


Convém dizer que a imensidão das águas é um grande atrativo aos olhos de quem conhece a Amazônia pela primeira vez e tem a oportunidade de viajar de barco recreio (embarcação motorizada) ou de avião na região. Mas, muitas pessoas desconhecem a realidade das populações ribeirinhas no tocante ao acesso à água potável e saneamento básico.



As famílias que vivem as margens dos rios inventam estratégias para conseguirem garantir uma água menos poluída: fervendo, coando no pano ou colocando hipoclorito de sódio na água retirada do próprio rio Madeira, da chuva acumulada ou do descongelamento de um freezer.




O não acesso à água potável mostra uma realidade geográfica de exclusão, da falta de governança e de políticas públicas de valorização das populações ribeirinhas, evidenciando invisibilidades políticas e sociais. Em pleno século XXI constatar uma realidade dessa é de grande desumanidade e cerceamento da cidadania no interior da Amazônia.


A água potável deve ser assegurada às populações ribeirinhas e a não oferta revela o abismo das desigualdades sociais na região Amazônica e o distanciamento das políticas públicas para as comunidades ribeirinhas que ajudam na preservação da floresta amazônica, sendo uma grande contradição.


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